CRISTIANISMO NO IMPÉRIO ROMANO
Ao iniciar-se a expansão da fé católica pela Anatólia, toda a região
estava sob o domínio do Império Romano. Com a destruição de Jerusalém, inúmeros
cristãos, entre os quais o apóstolo Pedro, passaram a viver na periferia de
Roma, juntamente com outros judeus. A partir de então, Roma foi a sede de
religião cristã; daí as expressões cristianismo romano e igreja romana. As
celebrações do culto passaram a realizar-se na língua latina. Também a Bíblia
foi, mais tarde, traduzida para o latim, por são Jerônimo, tradução conhecida
como Vulgata. Ao contrário dos gregos, marcadamente especulativos, os romanos
eram um povo jurídico por excelência. Pouco a pouco, o espírito legalista
afirmou-se na formação cristã, com ênfase cada vez maior na organização das
estruturas eclesiásticas. De acordo com a nomenclatura romana, os territórios
onde desabrochava a fé cristã dividiram-se em dioceses e paróquias, à frente
dos quais foram postos bispos e párocos, sob a chefia do papa, sucessor de
Pedro e bispo de Roma. A presença cristã no Império Romano foi marcada por duas
etapas bem diversas. Na primeira, que se
estendeu até o final do século III, a religião cristã viu-se desprezada e
perseguida. O imperador Nero foi o primeiro perseguidor dos cristãos, acusados
de terem provocado o incêndio de Roma no ano 64. Entre os mártires dessa fase,
que durou quatro anos, incluem-se são Pedro e são Paulo. Com Domiciano houve
nova perseguição, iniciada por volta do ano 92. Os imperadores antoninos do
século III não hostilizaram abertamente os cristãos, mas a legislação permitia
que fossem denunciados e levados aos tribunais. Houve perseguições sob Décio,
Valeriano e Diocleciano, mas a situação começou a modificar-se com a vitória de
Constantino sobre Maxêncio. A partir de Constantino, os imperadores passaram a
proteger e estimular cada vez mais a fé cristã, até que, na época de Teodósio
I, em fins do século IV, o Império Romano tornou-se oficialmente um estado
cristão. De início professado apenas pelos descendentes de judeus que viviam na
periferia de Roma, o cristianismo logo difundiu-se, porém, nas camadas pobres
da população, especialmente entre os escravos, e pouco a pouco foi atingindo
também as famílias da nobreza romana. Com os decretos de liberdade e
oficialização, o cristianismo afirmou-se a ponto de tornar-se, para alguns,
veículo de promoção social e caminho para a obtenção de cargos públicos. Na
medida em que a fé cristã se consolidou como religião marcadamente urbana, a
partir de fins do século IV, os demais cultos passaram a ser perseguidos. Por
conseguinte, seus seguidores tiveram que se refugiar na zona rural, donde o
nome pagão, ou seja, habitante do campo.
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