CRISTÃOS QUE VIRAM ATEUS FALTA FIRMEZA DOUTRINÁRIA - MARCO CICCO PASTOR, COORDENADOR TRIBUTÁRIO, SERVO DE CRISTO, LUTANDO PELA IGREJA SADIA
Por estes dias, tenho ouvido muito a respeito dos cristãos que de uma
hora para outra abandonam integralmente a caminhada da fé Cristã. Sinais claros
que a apostasia tem tomado um grande espaço em muitas igrejas, e com isso,
acabamos sabendo de vários casos de pessoas que frequentavam instituições
religiosas, ex-cristãos (se é que
podemos usar este termo), e hoje se declaram ateus. Um questionamento comum
surge; muitos amigos da caminhada cristã me procuram para saber uma opinião
acerca desta triste realidade, e por isso pretendo dar um ponto de vista sobre
o tema, com a ciência de que não esgotarei as possibilidades que podem levar o
cristão a abandonar a fé, mas que, ao menos, saberemos identificar alguns
pontos críticos e combatê-los. Tendo esclarecido o objetivo deste artigo, vou
pontuar as queixas mais comuns que ouço daqueles que abandonaram a fé, e quais
são as razões que muitos definem como decisivas para tal decisão. O que vejo
como problema: Falta de Firmeza Doutrinária: bem sabemos que em muitas igrejas,
e muitos pastores “famosos”, assim por dizer, tem abraçado abertamente a
relativização da Palavra de Deus. E o perigo que consiste nesta relativização é
o que leva muitos a pensarem, que Deus é um ser abstrato. Alguns interpretam as
Escrituras propondo uma espécie de “Filosofia de Vida”, pregando apenas o que
entendem ser relevante. Isso abre espaço para diversas outras filosofias
carregadas de nuances gnósticas, inclusive. Então se um membro de uma Igreja
não entende a Boa Notícia do Evangelho (Isto é, Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós
a palavra da reconciliação.( 2 Coríntios 5:19) e relativiza isso sem lhe dar a
devida importância, o mesmo estará propenso a dar ouvido a qualquer outro ensinamento,
e tomando isto como verdade absoluta. Por isso que creio que o Ensino Bíblico é
FUNDAMENTAL para o nosso cotidiano. Porque quando lemos o Evangelho focado na
sã doutrina, sabemos que encontramos a Verdade inerrante na Palavra de Deus. E
isso afasta outras “vozes” doutrinárias, inclusive, tira de nós qualquer
possibilidade de relativizar o poder do Evangelho. Decepções e Frustrações:
para alguns isso pode soar como mera imaturidade. Mas é fato que muitos que têm
o primeiro contato com alguma “igreja” acabam por criar expectativas surreais
(provocadas pelos “pastores”, ou não) e acreditam em coisas que a Palavra de
Deus não está dizendo. Então, uma pessoa começa a frequentar determinada
igreja, e ela pensa que ali não há erros, que todos são perfeitos, que não há
problemas e que tudo será como um conto de fadas em que vivemos felizes para
sempre. Cristãos maduros entendem bem que não é esta a realidade. Uma igreja,
por mais bíblica que seja, é constituída por pessoas imperfeitas, que são
pecadoras, mas que são perdoadas. Esperar a perfeição do ser humano, ainda que
no ambiente da Igreja, é um erro primário, mas que ainda faz muito estrago em
nossos dias. Tanto daqueles que não tem uma visão realista do contexto da
Igreja quanto por parte daqueles que deveriam ter paciência para ajudar um
irmão novo na fé a continuar caminhando. Sem contar os severos relatos de abuso
de autoridade. Pastores que são lobos devoradores que só querem tomar o máximo
possível de dinheiro dos fiéis e por aí vai. Porém, o mais trágico de tudo, é
que o Senhor Jesus não tem nada a ver com as mazelas cometidas pelos homens. De
forma que abandonar a fé e virar ateu por conta desses problemas nos leva a
pensar que a ORIGEM do problema está além das circunstâncias. Como podemos esperar
que motivos errados levem pessoas ao Verdadeiro Evangelho? Eis um problema
patente aos inconstantes na fé: pensam que estão no Evangelho, mas não houve
conversão genuína. Cumpriram o protocolo das escalas eclesiásticas, ligaram o
“piloto-automático” da denominação e pensaram que isso, em si mesmo, denota a
fé. “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à
imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos
irmãos.” Romanos 8:29 Se cremos no
Evangelho, quando lemos o versículo supracitado, bem sabemos que o Senhor chama
a quem Lhe aprouver, e não apenas chama, mas o mantém firme durante o caminho
que nos é proposto. Misticismos e Pragmatismos: A falta do conhecimento bíblico
leva muitas pessoas a se sujeitar à doutrinas absurdas, de forma que muitos
passam pelo abuso do excesso de autoridade porque simplesmente obedecem
cegamente sem questionar nada de acordo com a Escritura. A exaltação da
“experiência pessoal” ou “visão particular” que muitos apregoam por aí tem
causado um mal terrível na vida de muitas pessoas. E sei bem que é duro
despertar depois de anos pensando que práticas antibíblicas não são, na
verdade, nenhuma expressão do Evangelho. Não é incomum relatos de pessoas que
se dedicaram integralmente a tais práticas, e com o passar do tempo perceberem
que Deus não está agindo em tais atitudes. E o nível da decepção é tão grande
que entendem que é melhor não ser igreja em lugar nenhum. O extremismo do
ativismo se transforma, então, no extremismo da apostasia. E sim, infelizmente,
alguns encontram um refúgio dessas decepções no ateísmo. Portanto, como
mencionei no início deste texto, não conseguirei esgotar todas as razões, mas
penso que estes pontos podem trazer a nós alguns esclarecimentos, e
principalmente, nos dar um “alerta” em relação a esta realidade. Para lutarmos
contra isso, eis o que tenho feito e proponho: Pregação do Evangelho Genuíno:
devemos falar da “boa notícia” do Evangelho, mas também ensinar que a boa
notícia implica compreender o que era a má notícia. Devemos tratar do Evangelho
na realidade da Igreja, que é formada por pessoas imperfeitas, mas que o
vínculo que as une é muito maior do que qualquer coisa que as separe. “Logo a
fé vem pelo ouvir, e o ouvir vem pela palavra de Cristo.” (Romanos 10:17)
Devemos ecoar a Palavra de Cristo sem nenhum tipo de relativização, e devemos
banir dos nossos púlpitos e de onde quer que nós pregamos qualquer resquício
deste “evangelho autoajuda” que é disseminado em nossos dias. Nosso esforço
deve estar em sermos fiéis às Palavras de Cristo. Evangelho Vivenciado na
Igreja: devemos nos esforçar para que a Igreja seja realmente Igreja. Um
ambiente de pertencimento, de perdão, de correção, de tratamento, de serviço,
de oração, mútua e comunhão constante. Devemos ser cristãos maduros para ter
paciência em ajudar os novos na caminhada de fé; sabemos que esse ambiente não
estará isento de imperfeições, mas que podemos ensinar a caminhar a segunda
milha, e amor não por causa de algo, mas acima das imperfeições. Acredito que
cuidando do básico, poderemos contribuir para o Reino de Deus, com integridade
e autenticidade do Evangelho. Que o Senhor nos ajude a lidar com este cenário,
com maturidade e discernimento. Deus vos abençoe!
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