MOVIMENTO PROTESTANTE INICIOU DIA 31 DE OUTUBRO DE 1517 MARTINHO LUTERO AJUDOU O MUNDO A REDESCOBRIR A BÍBLIA
Em 31 de outubro é comemorado em todo o mundo o dia da Reforma
Protestante. No Brasil e em vários países de língua espanhola é mais comum
usarem a denominação “evangélicos”. Quatrocentos e noventa e nove anos atrás,
em 1517, um dia antes da festa católica de “Todos os Santos”, o monge
agostiniano Martinho Lutero pregou publicamente suas 95 teses, na porta da
Catedral da cidade de Wittenberg, na Alemanha. Seu apelo era por uma mudança
nas práticas da Igreja Católica, por isso o nome “Reforma”. A iniciativa teve
consequências por toda a Europa, dividiu reinos, gerou protestos e mortes. E
mudou para sempre a Igreja. Para alguns, Lutero destruiu a unidade do que era
considerada “a” igreja, era um monge renegado que desejava apenas destruir os
fundamentos da vida monástica. Para outros, é um grande herói, que restaurou a
pregação do evangelho puro de Jesus e da Bíblia, o reformador de uma igreja
corrupta. O fato é que ele mudou o curso da história ao desafiar o poder do
papado e do império, e possibilitou que o povo tivesse acesso à Bíblia em sua
própria língua. A principal doutrina de Lutero era contra o pagamento de
penitências e indulgências aos líderes religiosos. Ele enfatizava que a
salvação é pela graça, não por obras. Conta-se que muita coisa mudou dentro
daquele monge até então submisso ao papa quando, em 1515, Lutero começou a dar
palestras sobre a Epístola aos Romanos. Ao estudar as Escrituras se deparou com
o primeiro capítulo de Romanos, que decretava “o justo viverá pela fé”.
Desvendava-se diante dele o que é conhecida como “justificação pela fé”, ou
seja, a justificação do pecador diante de Deus não é por um esforço pessoal,
mas sim um presente dado àqueles que acreditam na obra de Cristo na cruz. O
movimento encabeçado por Lutero ocorreu durante um dos períodos mais
revolucionários da história (passagem da Idade Média para o Renascimento) e
mostra como as crenças de um homem podem mudar o mundo. A controvérsia acabou
sendo, segundo historiadores, maior do que Lutero pretendia ou imaginara.
Porém, ao atacar a venda de indulgências por parte da igreja, acabou opondo-se
ao lucro obtido por pessoas muito mais poderosas do que ele. Segundo Lutero, se
era verdade que o Papa tinha poder de tirar as almas do purgatório, devia usar
esse poder, não por razões egoístas, como a necessidade arrecadar fundos para
construir uma igreja, mas simplesmente por amor, e devia fazê-lo gratuitamente.
A idolatria aos santos também foi um dos grandes pontos de discórdia com os
líderes católicos. A maioria dos historiadores concorda que Lutero teria
tentado apresentar seus argumentos ao Papa e alguns amigos de outras
universidades. No entanto, as teses colocadas na porta da Catedral de
Wittemberg e os muitos argumentos teológicos impressos e distribuídos por ele
nos meses seguintes, acabaram se espalhando por toda a Europa, fazendo com que
ele fosse chamado ao Vaticano para se retratar perante o Papa. A partir de
então, entrou abertamente em conflito com a Igreja Católica. Acabou excomungado
em 1520, pelo papa Leão X. Alegava-se que ele incorria em “heresia notória”.
Devido a esses acontecimentos, Lutero temendo a morte, ficou exilado no Castelo
de Wartburg, por cerca de um ano. Durante esse período trabalhou na sua
tradução da Bíblia para o alemão, resultando na impressão do Novo Testamento em
setembro de 1522.
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