NOVO PRESIDENTE DO LÍBANO ASSUME FAZENDO AMEAÇAS A ISRAEL ALIADO DO HEZBOLLAH, MICHEL AOUN É CRISTÃO MARONITA
Nesta segunda-feira (31), o parlamento libanês elegeu o ex-general
Michel Aoun como novo presidente da República. O país ficou quase dois anos e
meio sem comando, por conta das divergências existentes entre os dois
principais blocos políticos, apoiados respectivamente por Arábia Saudita e Irã.
Será o 13º presidente do Líbano desde que o país se tornou independente da
França, em 1943. Aoun, 81 anos, sabidamente é próximo da milícia xiita
Hezbollah. No seu discurso de posse, o novo governante exigiu o desenvolvimento
de uma lei eleitoral “justa”. Também ameaçou Israel, reiterando que Tel Aviv
continua sendo a “maior ameaça contra o Líbano”. Enfatizou que “armar e apoiar
o exército libanês” será a sua prioridade, “a fim de combater qualquer ameaça”.
Embora tenha feito a afirmação enquanto falava sobre terrorismo, ele deixou
claro que sua preocupação é com o Estado judeu. “Não pouparemos esforços para
proteger o Líbano de Israel e libertar o que resta das nossas terras da
ocupação israelense”, assegurou. Segundo o Pacto Nacional do Líbano, assinado
em 1943, o presidente deve ser um cristão maronita, o primeiro-ministro um
muçulmano sunita, enquanto o presidente do Parlamento será um muçulmano xiita.
Conforme acordado, o ex-premiê Saad Hariri Hariri voltará a ocupar o cargo no
novo governo. A guerra na vizinha Síria tem um efeito dramático sobre o Líbano,
uma vez que o país recebeu cerca de 1.2 milhão de refugiados sírios. No
passado, os dois países foram grandes inimigos, mas o novo presidente diz
apoiar o regime de Assad. O jornal Israel Hayom considerou a eleição uma
“vitória para o Irã e Hezbollah contra a Arábia Saudita”. Inimigos desde os
tempos bíblicos, a última guerra entre os países foi em 2006. O cessar-fogo
pedia o desarmamento do Hezbollah, para que o Líbano pudesse controlar sua
fronteira com Israel, no sul. Há eventuais ataques libaneses contra Israel, a
maior parte deles provocados por terroristas do Hezbollah, que não cumprem os
acordos. Com informações Wall Street Journal
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