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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

POR QUE NÓS DEVEMOS CELEBRAR A REFORMA PROTESTANTE? HOJE É COMEMORADO O DIA DA REFORMA PROTESTANTE, INICIADA POR MARTINHO LUTERO HÁ 499 ANOS. FALANDO SOBRE O TEMA, O PASTOR E TEÓLOGO JOHN PIPER INDICOU COMO ESTE LEGADO DEVE SER CELEBRADO PELOS CRISTÃOS

Nesta segunda-feira (31) é comemorado em todo o mundo o Dia da Reforma Protestante, iniciada por Martinho Lutero há 499 anos. No dia 31 de outubro de 1517, Lutero pregou uma proposta de reforma nas portas da igreja de Wittenberg, na Alemanha, debatendo a doutrina e prática de indulgências. Conhecida como as 95 Teses, as propostas desafiaram os ensinamentos da Igreja Católica quanto à natureza da penitência, a autoridade do Papa e da utilidade das indulgências. As teses impulsionaram o debate teológico que acabou por resultar no nascimento das tradições luteranas, reformadas e anabatistas dentro do cristianismo. Falando sobre o tema, o pastor e teólogo John Piper esclareceu no site do ministério “Desiring God” que o legado deixado pela Reforma Protestante deve ser celebrado pelos cristãos com base em cinco perguntas: 1. O que estou celebrando, afinal? Ou seja, qual meu objetivo quando eu celebro a Reforma? A resposta é: a glória de Jesus Cristo. Em uma resposta de João Calvino ao cardeal da Igreja Católica Jacopo Sadoleto, ele disse: “Você (…) menciona a justificação pela fé, o tema primeiro e mais agudo da nossa controvérsia (…) Onde o conhecimento desse tema é removido, a glória de Cristo é extinta”. Eu acho que o mesmo ponto poderia ser aplicado nas questões da Reforma. Então, afinal, nós celebramos a exaltação da glória de Cristo. 2. O que estou comemorando, fundamentalmente? Ou seja, o que está estabelecido como fundamento de todas as coisas quando eu celebro a Reforma? A resposta é: a livre e soberana graça de Deus. Quando Martinho Lutero chegou ao final de sua vida, ele considerou o livro “De Servo Arbitrio" como sua obra mais importante. A razão é que ele considerava a questão da 'autonomia humana' contra a 'graça soberana' como a questão fundamental da Reforma. Ele disse: "Eu condeno e rejeito como um erro todas as doutrinas que exaltam o nosso 'livre arbítrio’ como uma oposição direta à mediação e à graça de nosso Senhor Jesus Cristo. Uma vez que, fora de Cristo, o pecado e a morte são nossos mestres e o diabo é o nosso deus e príncipe, não pode haver força de poder, engenho ou sabedoria pela qual podemos encaixar a nós mesmos na justiça e na vida”. Isso significa que, enquanto insistem na autodeterminação humana, eles não conseguem compreender a profundidade da nossa necessidade e obscurecem a grandeza da livre e soberana graça de Deus, o único que pode dar vida e fé. Então, é isso que eu estou celebrando, como fundamento. 3. Entre a glória de Cristo como objetivo e a soberana graça de Deus como fundamento, qual conquista de Deus estou celebrando? A resposta é: a conquista decisiva da cruz de Cristo que proveu paz com Deus para os pecadores. Por quatro vezes no livro de Hebreus, o autor sublinha e realça a obra de Cristo no perdão dos pecados. Como eu amo a forma como ele usa essa frase ("de uma vez por todas") em Hebreus 7:27; 9:12,26; 10:10. "Ele [Cristo] não tem necessidade de oferecer sacrifícios dia após dia, primeiro por seus próprios pecados e, depois, pelos pecados do povo. E ele fez isso de uma vez por todas quando a si mesmo se ofereceu". (Hebreus 7:27). Então, eu vou comemorar a obra acabada e completa de Cristo na punição imputada pelos nossos pecados e na perfeição imputada para nossa justiça de uma vez por todas — algo que não pode ser revivido na missa católica, de modo a se tornar um ponto de transferência necessário da graça que nos comprou de uma vez por todas por meio da fé em Cristo. 4. Entre a glória de Cristo como objetivo e a soberana graça de Deus como fundamento, qual é a parte decisiva daquilo que estou celebrando? A resposta é: a palavra inspirada por Deus lida e conhecida por todos os cristãos. A igreja da Idade Média impedia o acesso das pessoas à Palavra de Deus. Eles fizeram isso intencionalmente. Foi um crime capital em 1.400 na Grã-Bretanha traduzir as Escrituras em inglês, para que as pessoas pudessem ler seu conteúdo. Eles queimaram pessoas vivas com os fragmentos da Bíblia em inglês, mesmo as crianças. Eles acreditavam que Deus não oferecia um encontro pessoal com Ele através de Sua palavra, mas sim através do ministério dos sacerdotes e sacramentos. O abismo criado entre as Escrituras e o povo de Deus não foi fechado nos dias de hoje. No último verão em que estive na Europa, conheci uma freira que se converteu aos oitenta anos de idade e nunca tinha lido o Evangelho de João. Uma religiosa profissional da Igreja Católica que nunca havia lido o Evangelho de João! Isso é sintomático de um mal histórico profundo em tirar o acesso das pessoas e hoje, desencorajar sutilmente o encontro pessoal delas com Deus através de Cristo, na Sua palavra. Então, eu vou comemorar a preciosidade do acesso à Palavra de Deus que me permite desfrutar de comunhão pessoal com o meu Pai. 5. Por fim, qual grande verdade da Reforma vou comemorar a respeito de como eu experimento o Cristo vivo através da sua Palavra? A resposta é: vou comemorar a verdade despertada pela fé através da palavra de Cristo — não mediada por sacramentos sacerdotais. Nesta manhã eu estava lendo em Efésios 3 a grande oração de Paulo: "Oro para que, com as suas gloriosas riquezas, ele os fortaleça no íntimo do seu ser com poder, por meio do seu Espírito, para que Cristo habite em seus corações mediante a fé" (Efésios 3:16-17). Isso é incrível: para que Cristo habite! Agora, esta é uma oração para os cristãos. Esta não é uma oração para a conversão. Nós pensamos: "isso significa que Cristo bate na porta e entra". Este não é o caso. Ele está orando pelos santos em Éfeso. "Para que Cristo habite" — isto é, conscientemente vivo, presente — "mediante a fé". Ele está orando para os cristãos que já têm Cristo. Esta é uma oração para uma experiência real e autêntica do Cristo vivo. Então, quando eu abraçar o Cristo crucificado e ressurreto como meu tesouro supremo — vivo e presente em mim —, a fé se torna o instrumento suficiente para estabelecer esta comunhão. Essa será a minha celebração diária.

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