QUATRO CRISTÃOS SÃO PRESOS POR PREGAREM O EVANGELHO, NO SUDÃO TRÊS PASTORES E UM CIDADÃO TCHECO FORAM DETIDOS E PERMANECEM RECLUSOS SOB A ACUSAÇÃO DE 'ESPIONAGEM'. O MOTIVO ALEGADO É VAGO E FREQUENTEMENTE USADO CONTRA LÍDERES CRISTÃOS NO PAÍS
Conhecido pela sua opressão contra a fé cristã, o Sudão continua como oitavo na lista de perseguição religiosa da organização Portas Abertas. Nesta nação africana, os crentes são presos sem causa e detidos ilegalmente enquanto o governo inventa motivos para acusar os fiéis.
Um caso recente foi a prisão de quatro cristãos que permanecem reclusos há 10 meses. Os reverendos Kuwa Shamal e Hassan Abduraheem, o pastor Abdulmonem Issaa Abdumawla e o cidadão checo Petr Jasek, foram presos sob a acusação de espionarem o governo do Sudão, uma acusação vaga e frequentemente usada contra líderes cristãos no país.
Os três homens sudaneses desempenham o papel de líderes espirituais, enquanto Petr Jasek é um funcionário do grupo humanitário Voz dos Mártires (VOM, sigla em inglês).
De acordo com o governo do Sudão, Petr Jasek é um cineasta que se uniu aos pastores contra o Estado islâmico. No entanto, de acordo com VOM, ele trabalha para ajudar os cristãos que estão refugiados por causa do sofrimento no Sudão, Nigéria e outros países africanos. Ele está qualificado para servir as pessoas e comunidades por meio da prestação de cuidados médicos.
Os quatro foram presos em dezembro de 2015 pelo Serviço Nacional de Inteligência do Sudão, acusados de espionagem e de ajudar rebeldes na região Kordofan, Sul do Sudão. A próxima audiência está marcada para 17 de Outubro.
O advogado e defensor dos direitos humanos, Mohaned Elnour Mustaf, disse que está "absolutamente chocado com o fato de que o tribunal ainda não libertou os cristãos". Ele está entre os cinco advogados que defenderam Meriam Ibrahim em 2014 e os pastores Peter yein Reith e Yat Michael Ruot em 2015.
"Eles precisam de um julgamento justo. Já que não cometeram qualquer crime contra o Estado, eles merecem ser libertos", disse. Mustaf também explicou que, de acordo com a Lei Sharia, não é ilegal pregar outra fé em um estado dominado pelo Islã.
O pastor Samuel Akol, um líder evangélico, disse: “É imoral para o governo do Sudão continuar detendo os pastores só porque eles são cristãos e porque eles ajudaram uma pessoa doente em Darfur", pontuou. "A Igreja é um corpo e quando uma parte do corpo está sentindo dor, todo o corpo sente essa dor".
Esta não é a primeira vez que pastores cristãos são presos no Sudão por "espionagem". Muitos recordam em 2015, quando os pastores Peter yein Reith e Yat Michael Ruot enfrentaram a pena de morte por acusações semelhantes.
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