MAIORIA É A FAVOR DE PASTORES FALAREM SOBRE POLÍTICA NO PÚLPITO CRÍTICOS ACREDITAM QUE PRÁTICA “PROMOVE A POLITIZAÇÃO DO CRISTIANISMO"
Uma nova pesquisa feita nos Estados Unidos mostra que a maioria dos
evangélicos são favoráveis aos pastores falarem sobre política no púlpito.
Atualmente existe uma lei que proíbe isso, fazendo com que a organização
religiosa perca seu status de organização sem fins lucrativos. O presidente
Donald Trump quer abolir essa legislação, conhecida como Emenda Johnson, e por
isso o assunto está sendo amplamente discutido. Segundo levantamento da Morning
Consult / Politico, 47% dos evangélicos disseram que apoiam o envolvimento de
líderes religiosos em atividades políticas, enquanto 34% dizem que não. Em
contraste, 54% dos católicos e 69% dos judeus se opõem a essa participação
política. A pesquisa também mostra
uma divisão de opiniões no quesito apoio. Quarenta por cento dos eleitores
evangélicos acredita que as instituições religiosas poderiam endossar
candidatos políticos, uma cifra maior do que todos os outros grupos religiosos
entrevistados, enquanto 41% se manifestaram contrário. Chelsen Vicari, diretor
do Instituto de Estudos sobre Religião e Democracia, com sede em Washington,
expressou suas reservas em relação a mudança na lei. Ele entende que isso
“promoverá a politização do cristianismo”, algo que em muitos países mostrou-se
prejudicial. Autor de um livro sobre como o movimento da “esquerda cristã” está
distorcendo o Evangelho e danificando a fé, reconhece que alguns cristãos podem
realmente ter um chamado para trabalhar na política, mas que a mistura com o
Estado pode tornar a Igreja ineficaz em
sua missão. “A Igreja é chamada a proclamar o Evangelho, auxiliar os
necessitados e manifestar-se como guia para a sociedade em questões de
moralidade, justiça e misericórdia”, defende. “A história já nos ensinou que
trocar o Evangelho por zelo político contribuiu para o declínio dos protestantes
no século passado, o que deveria ser um aviso aos evangélicos”. A Aliança em
Defesa da Liberdade, um grupo cristão que defende a liberdade religiosa, diz
que em 1954, o então senador Lyndon B.
Johnson propôs uma lei para aumentar a separação entre a Igreja e o Estado.
Desde então, a ideia de não misturar questões eleitorais com a postura pública
dos pastores foi usada contra diferentes igrejas, quando elas se posicionaram
contra questões políticas como a legalização do aborto ou do casamento gay. Em
alguns casos, pastores foram inclusive intimados a entregar cópias de sermões e
responder à acusação de “discurso de ódio”. Essa questão envolvendo o apoio
público de pastores a partidos políticos ou candidatos também gerou
recentemente casos de perseguição contra igrejas por conta de sermões
contrários ao Islamismo, como ocorreu com a Catch the Fire, que teve sua
condição de instituição de caridade revogada pelas autoridades. Isso significa
que perdeu as isenções e precisará pagar impostos, além de ter problemas para
continuar com parte de seu ministério. No Brasil, a proibição de exibir
propaganda política em locais de culto de qualquer crença segue a Lei
13.615/2015, que os define como bens de uso comum. Portanto, é o mesmo que vale
para cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios, estádios.
Contudo, a igreja não sofre diretamente nenhuma retaliação. Nas últimas
eleições houve casos de candidatos que foram multados por violarem essa lei.
Com informações Christian Post.
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