PAÍSES MUÇULMANOS PRESSIONAM ONU PARA “COMBATER BLASFÊMIA CONTRA O ISLÔ NAÇÕES DEVEM “PROTEGER A SANTIDADE E A DIGNIDADE DA RELIGIÃO E DO SANTO PROFETA MAOMÉ”, AFIRMA MINISTRO PAQUISTANÊS POR JARBAS ARAGÃO
Chefes de Estados muçulmanos estão acionando tribunais internacionais
para tentar obrigar a ONU a criar uma maneira legal para punir quem “blasfema”
contra o Islã. Iniciado pelo Paquistão, que tem uma das mais rígidas leis
“antiblasfêmia” do mundo, a iniciativa é buscar apoio para impedir a
disseminação do que eles chamam de “islamofobia”, sobretudo online. Uma medida
que grupos muçulmanos já estão tentando junto a gigantes da internet como
Facebook e Google. O foco é tentar impedir a disseminação de conteúdo
“negativo” sobre a fé islâmica, o que na prática se revela uma forma de censura
prévia. A decisão de buscar um selo
de aprovação da ONU foi feita em encontro liderado por Chaudhry Nisar Ali Khan,
ministro do Interior do Paquistão. “A reunião foi convocada pelos ministros do
Interior com um único objetivo: discutir o conteúdo blasfemo nas mídias sociais
e como efetivamente levantar a voz de todo o mundo muçulmano impedindo os
ataques contra o Islã e suas personalidades santas, feitas em nome da liberdade
de expressão”, assegurou Khan, segundo o jornal árabe Golf Today. Houve
unanimidade entre os participantes de que todas as nações muçulmanas precisam
se unir para “proteger a santidade e a dignidade da religião e do santo profeta
Maomé”, insiste. Foi distribuído entre os embaixadores dos países participantes
um documento com a estratégia que
abrange todos os aspectos jurídicos e técnicos, que serão compartilhados com os
governos no desenvolvimento de um futuro plano de ação. O ministro do Interior
paquistanês lembrou que “a distorção das crenças religiosas e a ofensa a
personalidades sagradas de qualquer religião é intolerável”. Convenientemente
ele não citou que seu país proíbe a proclamação do cristianismo e condena a
morte quem abandona o islamismo. Em seu discurso, Khan disse que os países
presentes irão se esforçar para “pressionar para que a comunidade internacional
livre-se da islamofobia”. Deixou claro que, após o contato com os governos de
países islâmicos, a questão seria abordada pela Liga Árabe e levada a discussão
na assembleia-geral das Nações Unidas. Serão analisadas as opções legais para
tratar a questão legalmente nos tribunais dos países-membros. Estiveram
presentes embaixadores representando Emirados Árabes Unidos, Azerbaijão, Bósnia
e Herzegovina, Cazaquistão, Líbano, Qatar, Somália, Tajiquistão, Turquia,
Uzbequistão, Argélia, Bahrein, Irã, Jordânia, Kuwait, Malásia, Palestina,
Sudão, Ilhas Maldivas e Brunei.
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