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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

A COVARDIA DO SANTANDER DIANTE DAS MILÍCIAS DO MBL E DE BOLSONARO "NO FUTURO, QUANDO ESTIVERMOS SOTERRADOS SOB AS RUÍNAS DO QUE UM DIA FOI UM PAÍS E UMA DEMOCRACIA, DA CRÔNICA QUE EMERGIRÁ DESSES ESCOMBROS, HAVERÁ O RELATO DESTE DOMINGO, QUANDO UMA INSTITUIÇÃO CULTURAL SUCUMBIU À IGNORÂNCIA E AO OBSCURANTISMO", DIZ O JORNALISTA VITOR NECCHI

Na coletiva com a imprensa que o Santander Cultural organizou para apresentar a exposição Queermuseu – Cartografias da diferença na Arte Brasileira, o representante do banco fez questão de ressaltar que a instituição estava atenta ao debate contemporâneo em torno da diversidade. Conforme a minha anotação, ele disse que o Santander realizou quase cem fusões, emprega 45 mil funcionários, tem milhões de clientes e que, portanto, diversidade faz parte do dia a dia a instituição. Um dos participantes do encontro questionou se esperavam alguma manifestação contrária por conta do teor da mostra. Na resposta, o executivo deu mais elementos para garantir a posição firme do banco em apoiar o projeto. Tudo bobagem, tudo papo furado, tudo arremedo de lucidez de gestor que defende a diversidade sem convicção nenhuma e sem conhecer o tema, calcado apenas em uma estratégia de marketing oportunista, cretina, torpe e que não resiste a um bafejo moralista, raivoso e preconceituoso. Bastou a manifestação contrária à exposição por parte de imbecis do MBL e por conta de outros imbecis alinhados ao imbecil do Bolsonaro para o banco encerrar de maneira covarde a mostra. Covarde! Havia motivos legítimos para alguém tecer críticas à Queermuseu, assim como a qualquer outra exposição. Nenhum projeto curatorial é isento de debate. No entanto, alegar que a mostra fazia apologia à pedofilia e à zoofilia, ou dizer que a mostra atentava contra a religiosidade, é algo cretino, ignorante e ridículo como tudo que sai das mentes obtusas dos integrantes do MBL e dos defensores do Bolsonaro. Mais grave, no entanto, é a decisão do Santander Cultural de encerrar a exposição e ainda pedir desculpa. Covardes! Hipócritas! Cagões! No futuro, este triste, grave e preocupante episódio será lembrando como um marco da vitória do obscurantismo e da ignorância. Uma vitória do ódio. E o nome do Santander estará vinculado à vergonha e à covardia que constituiu o encerramento de Queermuseu em resposta ao grite de um bando de ignorantes descerebrados. Em uma manifestação de rua, havia uma faixa que dizia “meu cu é laico”. Em um muro aqui perto de casa, alguém pixou “meu útero é laico”. É isso mesmo. Cu, útero, pau, buceta – tudo é laico. O Estado é laico! Religião alguma deve pautar políticas públicas ou expressão artística. E afirmar que as obras da exposição faziam apologia de zoofilia ou de pedofilia é atestado de indigência intelectual e de mau-caratismo. Vergonha deste tempo que vivemos. Vergonha do Santander Cultural. Vergonha desta cidade bagaceira e deste estado bovino que produzem excrescências como o encerramento de uma exposição de arte considerada degenerada. O precedente aberto é gravíssimo. A covardia do ato do Santander Cultural vai alimentar a sanha dos moralistas e dos preconceituosos. O horror está nas ruas. Não se esqueçam: o mal sempre está à espreita, latente, pronto para vir à tona. No futuro, quando estivermos soterrados sob as ruínas do que um dia foi um país e uma democracia, da crônica que emergirá desses escombros, haverá o relato deste domingo, quando uma instituição cultural sucumbiu à ignorância e ao obscurantismo.

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