BOLSONARO DIZ QUE CANCELOU PALESTRA PORQUE ORGANIZADOR SERIA LIGADO À CUT SILAS MARTÍ DE NOVA YORK
Depois de cancelar sua participação num debate em
Washington dizendo ter compromissos demais em
Nova York. o deputado Jair Bolsonaro, pré-candidato
à Presidência pelo PSC em turnê pelos Estados
Unidos, revelou nas redes sociais o motivo por trás
da desistência repentina.
Bolsonaro. que passou o dia visitando o memorial às
vítimas do ii de Setembro e passeando pela Times
Square, não foi à capital dos Estados Unidos porque o organizador do evento
na Universidade George Washington. onde ele falaria na sexta. apoiou a ex-
presidente Dilma Rousseff e teve ligações com a CUT (Central Única dos
Trabalhadores).
Mark Langevin. o professor da universidade, disse à Folha que o pedido para
falar em Washington partiu da equipe de Bolsonaro e que sua recusa mostra
que ele ‘nào está pronto para o debate, para o horário nobre”.
Placar da denúncia
Veja como votou
PLACAR DA DENÚNCIA
Veja como cada deputado votou em
relaçào à denúncia contra Temer
DESCONTOS DE ATE
$400 MIL
Ele também esclareceu que viveu no Brasil na década de 1990, quando
escrevia seu doutorado, e prestou serviços à CUT. além de já ter dado
palestras em campanhas do PT.No Instagram, o filho do pré-candidato Eduardo Bolsonaro. também
deputado federal pelo PSC. chamou a palestra em Washington de “arapuca”,
contando que por isso não foram à capital para o mais aguardado e mais
controverso momento da turné do pai pelos Estados Unidos.
Ele reproduziu ainda um suposto e-mail de Langevin. em que ele teria
chamado Bolsonaro de “vagabundo” e covarde por cancelar o evento na
universidade por estar com “medo de perguntas”.
L.angevin confirmou à Folha ter escrito o e-mail em questão a um amigo e
que usaram “esse vocabulário entre amigos homens” e não esperava que a
mensagem fosse se tomar pública. Na sequência. ele também pastou a
resposta do interlocutor.
O professor da Uni-ersidade George Washington disse ainda que a equipe de
Bolsonaro decidiu cancelar a palestra depois de pedir uma lista dos jornalistas
credenciados para cobrir o evento e negou qualquer intençào de “humilhar” o
pré-candidato. afirmando que a escola estava arcando com o policiamento
reforçado e tentaria controlar protestos na porta.
Na semana passada. um grupo de académicos brasileiros e ativistas contrários
a Bolsonaro criou urn abaixo-assinado para tentar impedir a palestra. Nesta
quinta, havia 900 assinaturas —só sete delas identificadas como alunos ou
professores da universidade. Grande parte dos signatários tem ligação com
instituições de ensino no Brasil.
Segundo o texto. o evento com BoLconaro na universidade “faz parte de um
tour que busca suavizar sua imagem preconceituosa para cortejar mais votos
liberais”.
Há uma semana. Lan,gevin respondeu dizendo reconhecer “que muitos se
opõem a qualquer dialogo com o deputado”, mas que a programação ainda
estava mantida.
“Democracia requer respeito e bom senso com todos, mesmo com aqueles que
têm opiniões e promovem preferências de políticas questionáveis, se não
antidemocráticas’, escreveu Langevin.
Na carta, ele dizia que seu instituto “não endossa as provocações de
Bolsonaro”. mas que seu o e;-ento era para que o deputado “esclarecesse e
debatesse suas posições”.
Esse não foi o primeiro evento cancelado no “tour” de Bolsonaro pelos EUA,
que teve, além de Nova York, passagens por Miami e Boston.
Nenhum comentário
Postar um comentário