BOLSONARO PEDE AO TSE IMPUGNAÇÃO DE PESQUISA DATAFOLHA
Pré-candidato à Presidência da República, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a impugnação de pesquisa Datafolha, de intenção de voto, cuja divulgação está prevista para esta quarta-feira (31).
Segundo a representação, o Datafolha atribui a Bolsonaro “a pecha de denunciado por enriquecimento ilícito”, embora ele não tenha sido alvo de ação do Ministério Público. E também acusa a pesquisa de colocar em dúvida a imparcialidade do Judiciário no caso da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, disse que o assunto está sendo tratado pelo departamento jurídico:
“Nós estamos concentrados na pesquisa. Isso não nos preocupa neste momento. O importante é não desviar a atenção da análise dos resultados”.
Uma das perguntas no alvo da defesa é a seguinte: “Você tomou conhecimento sobre denúncias envolvendo o aumento do patrimônio da família do deputado Jair Bolsonaro desde o início da sua carreira política?”.
A representação protocolada no TSE afirma que o deputado nunca foi denunciado em razão de acréscimo de patrimônio. Em 2015, a Procuradoria-Geral da República recebeu uma denúncia questionando os valores informados por Bolsonaro em relação às suas duas casas na Barra da Tijuca, no Rio. O então procurador-geral Rodrigo Janot mandou arquivar o expediente dizendo que valores eram os mesmos do Imposto de Renda. Janot alegou se tratar de denúncia anônima sem “elementos indiciários mínimos” de ilícito.
“Pior do que a falsa afirmação é a constatação de que a pretensão do aplicador do questionário é tão-somente alegar que o representante foi denunciado, e não a obtenção da opinião do eleitor”, afirma o pedido de impugnação da pesquisa.
Os advogados de Bolsonaro também afirmam que a pesquisa é tendenciosa em relação a Lula. Uma das perguntas citadas é a seguinte: “Na sua opinião, o ex-presidente Lula: 1) sabia da corrupção em seu governo e deixou que ela ocorresse, 2) sabia da corrupção mas não poderia fazer nada para evitá-la ou 3) ele não sabia da corrupção em seu governo? 4) Não sabe”.
Segundo a representação, esse questionamento sugestiona o entendimento de que a condenação do petista se deu por ter o ex-presidente permitido que se praticassem atos de corrupção no curso do seu governo. “A sentença e o acordão condenatórios tratam de situação diversa, qual seja, a participação direta e o recebimento de benefícios pessoais em face de corrupção e outros ilícitos praticados pelo sujeito em questão. Todos esses fatos somados induzem ao abrandamento das condutas praticadas pelo Ex-Presidente, que emerge como vítima de um sistema parcial e perseguidor”, diz trecho do documento.
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Fonte: O Globo
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