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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

RESISTINDO ÀS ILUSÕES POLÍTICAS TODA IDEOLOGIA APRESENTA UM “DEUS” (UM “SALVADOR”) CAPAZ DE SOLUCIONAR OS DIVERSOS PROBLEMAS DA VIDA (O MAL). POR VIVIANE PETINELLI

Resistindo às ilusões políticasO Brasil encontra-se politicamente polarizado. Parte da população considera-se de direita ou de esquerda, ou diz ser liberal e conservadora ou socialista e progressista. Entre os Cristãos, a polarização também é observada. Há quem se posiciona à direita e afirma ser liberal conservador e quem se considera de esquerda e socialista, além de uma parcela significativa que prefere não assumir uma posição política específica. Diante dessa diversidade de ideologias, qual posição o Cristão deve assumir? Deve ele ser um liberal, um socialista e/ou um conservador? Toda ideologia política, seja ela liberal, socialista, conservadora, nacionalista ou democrática, reflete uma cosmovisão, isto é, uma visão baseada num compromisso religioso em interação com a vida comum. Por ser religiosa, toda ideologia apresenta um “deus” (um “salvador”) capaz de solucionar os diversos problemas da vida (o mal). O “deus” pode ser o Deus Soberano ou o indivíduo, o Estado, a comunidade ou o próprio povo, enquanto o “mal” pode ser o pecado ou a ausência de liberdade, a propriedade privada, as mudanças, a influência externa ou o governo de um (uns) sobre a maioria. Na perspectiva bíblica, a fonte de todos os problemas vivenciais consiste no pecado – e a salvação vem exclusivamente de Cristo Jesus, nosso Redentor. Já para as atuais ideologias políticas, o universo é compreendido como um sistema fechado, sem referência a um Criador ou a um Redentor. Nesse sistema fechado, o mal e a salvação são encontrados em componentes da própria humanidade.Os liberais, por exemplo, acreditam e defendem a autonomia humana e sua total liberdade para ser, trabalhar, produzir, consumir, distribuir, possuir e acumular propriedade. Da liberdade resulta a prosperidade. Por isso, a liberdade só deve ser restringida na hipótese de exploração e cerceamento da liberdade alheia. No caso, cabe ao Estado regular e garantir essa liberdade para que todos desfrutem de igual liberdade em todas as esferas da vida – pessoal, familiar, econômica, eclesiástica e política. Por sua vez, os socialistas vêem na liberdade a fonte de todos os “males”, sobretudo, do mal da propriedade privada. A liberdade individual possibilita possuir e acumular propriedades de forma desigual, o que gera inevitavelmente disparidades sociais, econômicas e políticas. Sendo assim, uma sociedade totalmente igualitária (materialmente) só é alcançada pela regulação da liberdade e da propriedade pelo Estado e pela progressiva substituição da propriedade privada pela propriedade coletiva. Tanto os liberais como os socialistas podem assumir uma posição conservadora ao defender as crenças originárias da ideologia e rejeitar propostas de reformulação de suas idéias ao longo do tempo. A ideologia conservadora apega-se às tradições, sejam elas quais forem, e propaga uma ordem moral perene. Os conservadores são localistas, não globalistas, são patriotas, não cosmopolitas, e valorizam o local, não o Estado Nacional. Eles rejeitam grandes mudanças e as vêem como fonte de mal na sociedade. Tal como o conservadorismo, a ideologia nacionalista está assentada nas tradições particulares de uma comunidade específica de pessoas. Nessa perspectiva, a nação, seja ela qual for, constitui a fonte de bem-estar coletivo e deve ser preservada a todo custo por seus membros. Os nacionalistas rejeitam, portanto, a influência, a interferência e o domínio do estrangeiro, do outro, seja em termos culturais, religiosos, políticos e/ou econômicos. Por fim, a democracia enquanto ideologia defende a supremacia e a infalibilidade da vontade da maioria, isto é, da voz do “povo”, que pode ou não ser a voz da nação. Por acreditar na soberania do povo, inclusive em relação às leis, a ideologia democrática rejeita o governo de outros que não o “povo” e, em nome desse “povo”, pode se tornar politicamente tirânica ou totalitária. Enquanto ideologia, a democracia vai além de uma forma de governo caracterizada pela liberdade política, pelo direito ao voto e o de ser votado e da escolha pelo princípio majoritário, como biblicamente orientado. A democracia enquanto ideologia passa a ser aplicada em todas as áreas da vida e se torna um estilo de vida, no qual a voz da maioria é sempre a salvação. Nenhuma ideologia política corresponde plenamente à perspectiva bíblica de política. As ideologias foram formuladas com base em uma visão humanista que compreende os problemas da vida e propõe soluções para os mesmos a partir de aspectos da própria humanidade, que não o pecado e Jesus Cristo, respectivamente. Daí nenhuma ideologia ter conseguido até hoje gerar uma Nação plenamente justa e próspera. Enquanto cristãos, portanto, não devemos adotar uma ideologia específica; mas sim devemos defender a visão bíblica de política e de governo3, que está presente, em menor ou maior medida, nas diferentes ideologias. Em consonância com a perspectiva bíblica, a ideologia liberal defende a autonomia regulada dos indivíduos nas diversas esferas vivenciais e atribui ao Estado o papel de assegurar a vida, a liberdade e a propriedade pessoais e de promover justiça na hipótese de cerceamento da liberdade individual. Por seu turno, o socialismo aponta para a importância do Estado na promoção de justiça material particularmente em relação aos pobres e desamparados por motivo de escravidão, exploração e/ou falta de acessos e oportunidades. Já o conservadorismo e o nacionalismo, em uma Nação com raízes Cristãs como o Brasil, contribuem pela defesa do modelo moral e social original, caracterizado por instituições tradicionais, como o casamento heterossexual e a família natural. Notas: 1 Este é o décimo segundo artigo de uma série de reflexões cujo objetivo é preparar os Cristãos para escolher de forma consciente e acertada seus representantes políticos nos períodos eleitorais e atuar enquanto agentes de transformação do Brasil a partir de suas respectivas profissões. 2 Viviane Petinelli é pós-doutora em Ciência Política. É especialista em políticas públicas e participação social. 3 Para uma exposição detalhada sobre essa visão, leia o artigo anterior desta série, intitulado “O governo civil como promotor de prosperidade e justiça”.

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