JUIZ PROÍBE MISSIONÁRIOS CRISTÃOS ENTRAR EM TERRITÓRIO DE TRIBOS INDÍGENAS DO BRASIL
Um juiz proibiu a missionários evangélicos entrar no território das tribos indígenas que vivem no Vale do Javari (Brasil).
A sentença foi classificada pelos ativistas da organização Survival como uma “sentença histórica”.
A demanda foi apresentada pela UNIVAJA, organização indígena do Vale de Javarí, para combater as tentativas dos missionários de chegar às comunidades onde se concentra a maior quantidade de tribos isoladas do planeta.
«Os indígenas isolados são particularmente vulneráveis … Estabelecer contato com eles é um grande risco», disse o magistrado, fazendo referência à pandemia de coronavírus.
Também autorizou a intervenção da polícia e do exército para que se acate sua ordem; todo aquele que viole a ordem será multado com 1.000 reais por dia.
O Covid-19 na aldeia seria um genocídio
Univaja tinha assinalado que «se esta doença chegar às nossas aldeias, o cenário poderia ser um genocídio». O advogado do grupo, Eliesio Marubo, declarou: “Espero que esta decisão recorde aos cristãos que a maior instrução divina é amar e respeitar ao próximo”.
Na sentença são mencionados missionários como Andrew Tonkin, Josiah McIntyre e Wilson de Benjamin, e a Missão Novas Tribos (Ethnos 360).
Missão Novas Tribos, uma das maiores organizações missionárias fundamentalistas do mundo; anunciou recentemente planos para contatar os povos indígenas do Vale de Javarí e a compra de um helicóptero para entrar no território.
A Survival International dirige uma campanha internacional para o impedir. Seus simpatizantes estão bombardeando as redes sociais da organização com mensagens pedindo que se mantenham afastados dos indígenas. Survival também está fazendo campanha para anular a recente nomeação do missionário evangélico Ricardo Lopes dias como chefe do departamento governamental de indígenas não contatados.
“Qualquer tentativa de contatar esses povos durante a pandemia de coronavírus seria uma sentença de morte para muitos deles”, garantiu Survival, após precisar que estas tribos não têm imunidade para várias afecções.
Além disso, recordou que, na década de 1970, quando os grupos foram contactados pela primeira vez, foram «devastados» pelas doenças ocidentais.
Apesar dos esforços anteriores, o coronavírus já chegou às comunidades indígenas da Amazônia. Em 9 de abril, um adolescente de 15 anos da etnia indígena yanomami foi a primeira vítima mortal do novo coronavírus.
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