A REALIDADE DO SOFRIMENTO - A SEGUNDA VINDA DE CRISTO - PASTOR BILLY GRAHAM
É difícil falar sobre o
sofrimento ou escrever sobre ele, pois não é algo que possa ser adequadamente
examinado fora da esfera da experiência. Ele não é abstrato nem é filosófico. É
real e concreto. Deixa cicatrizes. Quando os ventos da adversidade passam,
poucas vezes permanecemos os mesmos. Só compreende o significado do sofrimento
quem já passou por alguma crise. E, muitas vezes, é apenas em retrospecto que
nos damos conta do propósito e do valor de nosso sofrimento. Já notou que
aqueles que causam o maior impacto sobre a sociedade são, em geral, aqueles que
mais sofreram? O sofrimento na vida fortalece o caráter de uma pessoa, fazendo
com que ela procure energias desconhecidas para superá-lo. As pessoas que
passam pela vida sem serem marcadas pelo sofrimento ou tocadas pela dor tendem
a ser superficiais nas suas perspectivas de vida. O sofrimento, por outro lado,
tende a arar a superfície de nossas vidas para deixar à mostra as profundezas
que oferecem uma força maior de propósito e realizações. Somente a terra
profundamente arada pode dar uma colheita rica. A dor tem muitas faces. Pode-se
sofrer física, mental, emocional, psicológica e espiritualmente. Nossas
dificuldades raramente ficam confinadas a apenas uma dessas áreas; elas tendem
a se sobrepor em experiências humanas. Os sofrimentos mais intensivos podem ser
induzidos psicologicamente e freqüentemente levarem a complicações na esfera
física. Existem tantas feridas invisíveis quanto visíveis, e pode haver
dificuldade em diagnosticá-las. Sabemos que a parte invisível do homem é muitas
vezes a vítima da mais debilitante das dores. Em certas circunstâncias, um
homem pode suportar uma dor física cruciante; e, no entanto, pode ser derrubado
por uma palavra cruel. Quando ouvimos a história da tortura infligida a um
prisioneiro de guerra, ficamos estupefatos com a sua coragem pessoal e a
resistência do corpo humano. Porém, a vida desse mesmo homem pode ser devastada
por uma única palavra ou ato perpetrado com perversidade. As Escrituras têm
muito a dizer sobre o poder da língua para infligir crueldade. O salmista
escreveu que as palavras amargas são como flechas mortais. Tiago escreveu:
"Assim a língua também é um pequeno membro, mas se gaba de grandes coisas.
Vede como um pouco de fogo abrasa um grande bosque! E a língua é um fogo, um
mundo de iniqüidade colocado entre os nossos membros, a língua, que contamina o
corpo todo e incendeia o curso da vida." (Tiago 3:5, 6) O homem é capaz de
grandes vitórias e é suscetível a grandes derrotas. O homem é a um só tempo
forte e sensível. Como exclamou o salmista: "Graças te darei, pois sou
assombrosa e maravilhosamente feito." (Salmos 139:14) Precisamos tentar
aplicar intensamente esta sensibilidade ao lidar com o sofrimento, em especial
ao considerar os sofrimentos dos outros. Não podemos sentir a dor de outrem.
Podemos ver a angústia no seu rosto e tentar empatizar com ela. Porém, não
temos as suas terminações nervosas. Não podemos conhecer integralmente a
magnitude da sua angústia. Jamais devemos minimizar o sofrimento de outrem. A
Escritura manda: "Chora com os que choram." (Romanos 12:15) Nossos
sofrimentos físicos expressam uma grande verdade. Como escreveu
convincentemente C.S. Lewis: "a dor... finca a bandeira da verdade dentro
da fortaleza de uma alma rebelde".
A verdade é a seguinte: o corpo do homem é mortal, temporal. O homem
precisa enxergar além de si mesmo para encontrar a imortalidade. O sofrimento é um dos meios de Deus falar
conosco. Por intermédio da dor, percebemos a necessidade que temos dEle. Quando
estamos em crise, ouvimos as suas chamadas. Citando novamente C.S. Lewis:
"Deus sussurra para nós em nossos prazeres, fala na nossa consciência, mas
grita nas nossas dores. O sofrimento é o seu megafone para despertar um mundo
surdo." Se nosso sofrimento nos
conduz a Deus, ele se tornou um amigo abençoado e precioso. Somos gratos à
medicina moderna pela descoberta da cura para tantas doenças e pelos enormes
passos dados no controle de outras. Através de muita dedicação, fazem-se
progressos diários na descoberta de novas maneiras de aliviar os sofrimentos
físicos da humanidade. Muitas vidas foram salvas e agora estão sendo mantidas
como resultado desses avanços científicos. E, no entanto, a dor ainda está
conosco. Muitos de vocês conhecem a realidade do câncer, de derrames, infartos,
defeitos congênitos, aleijões resultantes de desastres. Muitos de vocês estão
acamados e padecendo dores atrozes há anos. Alguns de vocês estão chocados com
a descoberta da moléstia terminal de um amigo ou parente. Talvez você próprio
esteja enfrentando a perspectiva da morte. Deixe que eu lhe assegure que não
precisa enfrentar sozinho essa situação. Deus quer consolá-lo e ajudá-lo. Certos sofrimentos advêm como resultado
natural da deterioração do corpo. Certas formas de sofrimento físico nos são
infligidas por outras pessoas. Por toda a história do cristianismo, os
seguidores de Cristo vêm sofrendo perseguições. Num pais africano, um jovem
diretor de escola cristão foi arrancado de seu gabinete e levado para a rua,
onde seria fuzilado. Os moradores curiosos da cidade amontoavam-se de um lado
da rua, os alunos da escola de outro. O jovem diretor perguntou aos seus
captores se podiam lhe dar alguns minutos e, quando eles concordaram, ele
cantou: "Da minha servidão, tristeza e noite, Jesus, saio eu; Jesus, saio
eu." Depois disso, foi morto. O sangue dos mártires é a semente da igreja.
Enquanto os cristãos nos Estados Unidos professam a sua crença sem a ameaça de
maus tratos físicos, milhares de seus irmãos em Cristo pelo mundo todo foram
torturados e martirizados por confessar o nome de Cristo. Pode chegar o dia em que os americanos tenham
que enfrentar uma perseguição intensa por sua fé. Você está preparado para
enfrentar o martírio? Jesus deu a Sua vida por você. Pode ser que você seja
chamado a dar a sua por Ele. Deus tem muitas promessas preciosas para aqueles
que sofrem por Cristo. Nós as examinaremos no decorrer deste livro. Deixe o seu
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