O QUE FARIA JESUS? - SAMUEL CÂMARA PASTOR DA ASSEMBLEIA DE DEUS EM BELÉM
Sabemos que a comunicação é vital
para qualquer relacionamento, quer seja entre pais e filhos, marido e mulher,
treinador e atleta, empregador e empregado etc. E, precisamos reconhecer, mais
importante do que tudo – entre Deus e Seus filhos amados. Durante toda a Sua
vida aqui, Jesus deixou claro, pelo Seu exemplo, a importância dessa
comunicação, sendo registrado nos evangelhos cerca de vinte ocasiões em que ele
orou ao Pai celeste. Jesus orou em diferentes circunstâncias: após ser batizado
no rio Jordão (Lc 3.21); durante pequenas pausas em Seu ministério (Lc 6.12);
antes de ressuscitar Lázaro, já sepultado há quatro dias (Jo 11.41). Além
disso, Ele também orou por diversas razões: buscando direção para os próximos
passos (Lc 6.12,13); expressando o Seu desejo de fazer a vontade do Pai (Mt
26.39); e para agradecer pela comida (Jo 6.11), entre outras. Em sabendo disso,
uma lição ressalta-se diante de nós: se Jesus precisava comunicar-se com Deus
para cumprir a Sua missão, quanto mais nós precisamos orar! Mesmo Jesus sendo
um homem de oração, não consta em nenhum lugar nos evangelhos que Ele ficasse
insistindo para que os discípulos orassem. Ele simplesmente orava, fazia a Sua
parte. Até que, um belo dia, depois que Seus discípulos o observaram em intensa
oração, então lhe pediram: “Senhor, ensina-nos a orar”. Foi então que Jesus
lhes ensinou o “Pai Nosso”, a oração mais conhecida, apreciada e utilizada em
toda a civilização cristã. Ela é dita por santos e pecadores, nas horas de
aflição ou de alegria, lamentando ou festejando, em um jogo de futebol ou
celebrando um aniversário, ou simplesmente como uma espécie de amuleto
protetor. Embora todos conheçam o “Pai Nosso”, devemos reconhecer que não
poucas vezes somos tentados a deixar de ver as suas implicações subjacentes. Ou
ainda, podemos estar com os olhos espirituais de tal modo embotados, que não
enxergamos o óbvio da coerência de vida requerida da pessoa que se aproxima de
Deus com tal modelo de oração. Gostaria de tecer algumas considerações sobre as
cobranças implícitas de cada sentença dessa oração, identificando a coerência
de vida fundamental requerida para dar sentido e pertinência ao que oramos.
Portanto... Quando eu digo: “Pai” — Isso significa que devo demonstrar
diariamente minha relação de filho de Deus. Quando eu digo: “nosso” — Significa
que não posso viver num compartimento espiritual como se no céu estivesse
reservado um lugar especial só para a minha igrejinha. Quando eu digo: “que
estás no céu” — Significa que não devo me ocupar apenas em ajuntar tesouros na
terra, descuidando-me do que tem valor eterno. Quando eu digo: “santificado
seja o teu nome” — Significa que devo procurar santificar-me, pois sou chamado
pelo Seu santo nome. Quando eu digo: “seja feita a tua vontade” — Significa que
não posso ficar ressentido e desobediente em relação à vontade de Deus para
comigo. Quando eu digo: “na terra como no céu” — Significa que devo me preparar
para dedicar a vida ao Seu serviço. Quando eu digo: “dá-nos hoje o pão nosso de
cada dia” — Significa que não posso viver como se não fizesse questão de obter
aqui e agora o que necessito. Quando eu digo: “perdoa-nos as nossas dívidas,
assim como nós também perdoamos aos nossos devedores” — Significa que não devo
guardar rancor contra nenhuma pessoa. Quando eu digo: “não nos deixes cair em
tentação” — Significa que não devo ficar deliberadamente me expondo à tentação
ou colocando-me onde provavelmente poderei ser tentado. Quando eu digo:
“livra-nos do mal” — Significa que devo me preparar para lutar no reino
espiritual com as armas da Palavra de Deus e da oração. Quando eu digo: “teu é
o reino” — Significa que devo conceder ao Rei a obediência disciplinada de um
súdito fiel. Quando eu digo: “teu é o poder” — Significa que não devo temer o
que os homens me possam fazer, ou o que as pessoas possam pensar de mim. Quando
eu digo: “tua é a glória” — Significa que não posso ficar buscando, como os
fariseus, ser glorificado pelos homens. Quando eu
digo: “para sempre” — Significa que não posso limitar o meu horizonte pelas
coisas do tempo, mas focar-me na eternidade. Quando eu estou disposto a
encerrar a oração dizendo “amém” — Significa que preciso acrescentar também
“custe o que custar”, porque Jesus ensinou que esta oração equivale
honestamente a consagrar tudo a Deus. Jesus, o Filho de Deus, precisava orar.
Nós também! Oremos sempre, na certeza de que, como dizia John Wesley, um
cristão de joelhos vê mais longe do que um filósofo na ponta dos pés. Pense no
que terá de enfrentar hoje. Se, de algum modo, você quiser perguntar: “O que
faria Jesus?” – baseado em Seu exemplo, você pode ter certeza de que Ele oraria
primeiro. E, se você desejar imitá-lo nisso, bem o fará. Deixe o seu comentário:
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