A REFORMA PROTESTANTE NA FRANÇA
O movimento reformado francês surgiu na década de 1530. Inicialmente
tolerante, o rei Francisco I (1515-1547) eventualmente mostrou-se hostil contra
os reformados. Henrique II (1547-1559) foi ainda mais severo que o seu pai. Em
1559, reuniu-se o primeiro sínodo nacional da Igreja Reformada da França, que
aprovou a Confissão Galicana. Em 1561, havia duas mil congregações reformadas
no país, compostas de artesãos, comerciantes e até mesmo de algumas famílias
nobres, como os Bourbon e os Montmorency. Os reformados franceses, conhecidos
como huguenotes, estavam concentrados principalmente no oeste e sudoeste do
país, e recebiam decidido apoio de Genebra. Ao norte e leste estava a facção
ultracatólica liderada pela poderosa família Guise-Lorraine. No reinado de
Francisco II (1559-1560), os Guise controlaram o governo. Quando Carlos IX
(1560-1574) tornou-se rei, sendo ainda menor, sua mãe Catarina de Médici
assumiu a regência, mostrando-se inicialmente tolerante para com os huguenotes.
Tentando conciliar as duas facções, ela promoveu um encontro de católicos e
protestantes, o Colóquio de Poissy, em 1561. Com o fracasso desse encontro,
houve um longo período de guerras religiosas (1562-1598), cujo episódio mais
chocante foi o massacre do Dia de São Bartolomeu (24-08-1572). Centenas de
huguenotes achavam-se em Paris para o casamento da filha de Catarina com o
nobre protestante Henrique de Navarra. Na calada da noite, os huguenotes foram
assassinados à traição enquanto dormiam, entre eles o seu principal líder,
almirante Gaspard de Coligny. Nos dias seguintes, muitos milhares foram mortos
no interior da França. Mais tarde, quando o nobre huguenote tornou-se rei, com
o título de Henrique IV, ele promulgou em favor dos seus correligionários o
Edito de Nantes (1598), concedendo-lhes uma tolerância limitada. Esse edito
seria revogado pelo rei Luís XIV em 1685, dando início a um novo período de
duras provações para os reformados franceses.
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