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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

PODEMOS PREGAR TUDO DA BÍBLIA EM NOSSAS IGREJAS? SERÁ QUE DEIXAM? “PORQUE NUNCA DEIXEI DE VOS ANUNCIAR TODO O CONSELHO DE DEUS” ATOS 20.27

Não se apresse a responder de que se pode pregar a bíblia toda em sua igreja, vai com calma! Digo que depende da confissão de fé da comunidade em questão; vai depender do “veio litúrgico”; deve-se considerar ainda a espiritualidade local (crença na atualidade dos dons espirituais ou não), de modo que são muitas as variáveis para uma única resposta. O fato é que o ambiente doutrinário, cúltico e espiritual influenciam o que será exposto como mensagem de Deus – e posto isso, afirmo que teremos dificuldades em apresentar os ensinos da bíblia em abordagem mais abrangente. Os arautos do Evangelho precisam considerar de que para pregarem a completa Palavra do Senhor – não podem ser influenciados e dirigidos por sistemas teológicos ou qualquer ordem litúrgica, pois a entrega da completa mensagem bíblica requer primeiramente, compromisso com o Senhor da Igreja e não com os sistemas de crenças ou desejos da congregação. Infelizmente, na maioria das vezes os expoentes não apresentam a Palavra em sua extensão e profundidade necessárias – o que fazem é repetir de forma bem elaborada e didática a sistemática doutrinal da denominação ou corresponder às expectativas e sentimentos de quem os ouve. Numa primeira análise, essa pregação pública que a “igreja” faz em seus cultos – é uma pregação controlada. A autoridade da pregação é condicionada neste caso, à “interpretação autorizada” que a denominação fornece a seus pregadores. E assim, se você faz parte de uma igreja tradicional e pregar sobre a atualidade do batismo com o Espírito Santo tendo como evidência física inicial, o falar em línguas – você terá grandes problemas em sua igreja local. Ou quem sabe, se você frequenta igrejas pentecostais clássicas e começar a ensinar sobre eleição e predestinação a lá monergismo – você será repreendido em breve (mesmo que a bíblia exponha todos os assuntos que citei neste parágrafo – sem o teologizado denominacional – você não pode pregá-los livremente nos quadrantes institucionais). “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça” 2 Tm 3:16 É preciso esclarecer que a denominação carece de um credo doutrinário básico, necessita de um organizado bíblico-teológico para firmar suas crenças e valores e estabelecer uma cosmovisão dita cristã para seus adeptos. Acredito que não temos problemas quanto a essa compreensão institucional e da razão das denominações cristãs. A questão é que as denominações cristãs foram constituídas, exatamente por acreditarem terem alcançado do Divino Senhor ou por algum acurado exame escriturístico – a detenção máxima e absoluta da verdade – que fora entregue aos líderes daquele grupo de fiéis. Meus irmãos, nenhuma denominação evangélica por mais conservadora e zelosa que seja – detém a expressão plena do Evangelho – isso é fato; e graças a Deus por isso, pois se não o fosse, teríamos uma vida eterna de rotulados! Por melhores e bem abalizadas que sejam nossas crenças, elas sempre se baseiam em alguma interpretação que está institucionalizada ou que será brevemente sacramentada por algum grupo religioso. Sair dessa dependência interpretativa não é para todo mundo das denominações cristãs – pois para tal, você precisa conhecer bem a Palavra do Senhor; e essa é a parte das águas profundas – de adentrar milhares de côvados nas infindáveis revelações de Deus registradas em Sua Palavra. É preciso cuidado para não achar que estou propondo novas revelações – estou dizendo que na bíblia encontramos cada dia mais da revelação de Deus aos homens, e isso nos basta! Bom, quando qualquer grupo local de crentes chega ao ponto da compreensão de que são a “ilha da verdade” e que essa se firma na institucional, homilética e doutrinária fala da denominação exclusivamente, acabaram de reprimir que se pregue a bíblia por completo naquele círculo religioso. A denominação é necessária num país livre, é importante como a representação oficial de um grupo de pessoas que acreditam nas mesmas coisas – mas não pode restringir pregações e ensinos que estão claros na Palavra de Deus – simplesmente por conta de seus dogmas, concílios e convenções. A denominação precisa representar os fiéis, mas jamais institucionalizar a fé dos mesmos, impondo-lhes limites de crer, retardando-lhes a capacidade de pensar da nova mente cristã ou reprimindo-lhes o crescimento na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. “Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina” 2 Tm 4:2 Respondendo a pergunta inicial: Do ponto de vista cristão e principalmente protestante, sim pode ser pregado sobre tudo o que está na bíblia nas igrejas cristãs. A questão é se a denominação deixa e se os crentes locais concordam. A falha de muitos ensinadores e pregadores é exatamente essa: pregam somente o que a instituição permite ou aquilo que os crentes aprovam e gostam. Se realmente cumprirmos o que alardeamos aos quatro cantos de que a bíblia é o nosso manual de fé e prática cristãs – precisamos ensinar e pregar toda a bíblia, mexa com que mexer. As verdades claras da Bíblia precisam ser ditas a um rebanho indisciplinado e a pastores omissos e relapsos com a casa de Deus. As turmas dos irreverentes e profanadores do templo precisam ser chamados à atenção pela Palavra que estabelece o perfil dos adoradores e o ambiente coletivo adequado da adoração. O carente de qualquer coisa precisa ser advertido de que a relação com Deus não é a base de troca, mas de dependência. O fervoroso menino precisa aprender que o culto não é pra ele, é pra Deus e para a edificação dos outros. Digo isso, não para causarmos confusão por onde ministramos, ou para lançar tropeços e inimizades entre os irmãos e lideranças, de forma alguma. O que eu escrevi é que tem muita gente fazendo uso da Palavra de Deus, mas com mordaças institucionais – mesmo estando convicto pelas Escrituras de que há muito mais para o povo. Em alguns lugares a denominação paga pra você repetir a fala da própria denominação – sim, exatamente isso que você acabou de ler. Os pregadores e ensinadores das denonimações, ministram apenas para fazerem agenda e ampliar contatos ministeriais; ou para cair na graça do povo, vender Dvds, livros e produtos de “seu ministério”. Em alguns rebanhos (bem rebeldes por sinal) a mensagem é encomendada e os mensageiros se vendem por ofertas gordas – apenas para falar o que a “igreja deixa” ou entregar o que o povo gosta. Bom o recado você já recebeu, daqui para frente é com você, Deus e a igreja que você prega ou frequenta.

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