IRÃ PODERÁ CONSTRUIR EM BREVE 10 BOMBAS NUCLEARES EM FIM DE MANDATO, OBAMA DEIXA "PRESENTE" À TEERÃ E TEMORES DE ISRAEL SE CONFIRMAM
O Irã recebeu autorização do “sexteto” (Estados Unidos, França, Reino
Unido, China, Rússia e Alemanha) e importará 130 toneladas de urânio. Após
Obama ter liderado a assinatura de um acordo com o país sobre seu programa
nuclear, Israel alertou que Teerã tinha projetos para a construção de bombas. O
Governo Obama defendia que esse perigo não existia, pois os iranianos estariam
sendo supervisionados. O anúncio foi feito uma semana antes de Donald Trump
assumir a presidência. O republicano atacou repetidas vezes o acordo, um dos
principais legados de política externa de Obama. Parte do acordo iraniano
incluiu a venda para os russos de cerca de 44 toneladas de “água pesada”, usada
para refrigeração de reatores no processo de fissão do urânio, divulgou o
vice-chanceler iraniano, Abbas Araghchi. Para a agência AP, analistas lembram
que ao receber o urânio, o Irã poderia usá-lo para construir até 10 bombas
atômicas. David Albright, do Instituto de Ciência e Segurança Internacional,
explica que isso “Depende da eficiência do processo de enriquecimento e o tipo
da arma nuclear”. A transferência ainda precisa da aprovação do Conselho de
Segurança da ONU, mas apenas como uma formalidade, considerando que cinco dos
membros do chamado “sexteto” são membros permanentes do Conselho de Segurança. O
urânio enriquecido pode ser usado de muitas maneiras, desde fins médicos até o
núcleo de uma bomba atômica. O Irã afirma que seguirá o acordo nuclear assinado
no ano passado e que não tem interesse em construir armas. A Agência
Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU encarregado de
supervisionar a aplicação do acordo por Teerã, atestou até à data que a
República Islâmica tem cumprido com suas obrigações. Contudo, advertiu que os
níveis atuais de produção de urânio enriquecido pelo Irã irão exceder o limite
combinado no tratado internacional. O presidente Hassan Rouhani autorizou a
agência nuclear do Irã a desenvolver motores nucleares que usariam urânio
enriquecido a 20% – uma clara violação do acordo de 2015 que permitiria
enriquecimento de apenas 3,67%, insuficiente para armas nucleares. Ameaças a
Israel: Enquanto Obama costurava o acordo nuclear com o Irã, em 2015, Benjamin
Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, afirmava que Teerã não era digno de
confiança e que isso era uma ameaça séria a Israel. Em 2016, o Irã fez testes
de lançamento de dois mísseis balísticos. Segundo imagens divulgadas na época,
neles havia uma ameaça escrita em hebraico. A inscrição dizia: “Israel deve ser
varrido da Terra”. Os dois mísseis Qadr H atingiram seus alvos, a uma distância
de 1.400 quilômetros no sudeste do país. Para efeitos de comparação, tanto
Jerusalém quanto Tel Aviv ficam a cerca de mil quilômetros do local do
lançamento. Além disso, essa frase foi dita em outras ocasiões pelo aiatolá Ali
Khamenei, líder supremo do país. Nos últimos anos, o Irã ameaçou eliminar
Israel do mapa várias vezes, chegando a divulgar que faria isso em 9 minutos
com um ataque nuclear. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, ordenou
que todas as forças armadas islâmicas do mundo deveriam se preparar para a
guerra contra Israel. Para os radicais muçulmanos do Irã, uma das formas de
acelerar a chegada do último profeta do Islã, o Mahdi, é uma “grande
turbulência” no Oriente Médio. Essa também é a motivação do Estado Islâmico.
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